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10/05/2025
“Eu sou o bom Pastor e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido.” (João 10.14)
Jesus é o Bom Pastor e nós, que pertencemos à sua Igreja, somos as ovelhas do seu rebanho.
João 10.1-16
¹ Na verdade, na verdade vos digo que aquele que não entra pela porta no curral das ovelhas, mas sobe por outra parte, é ladrão e salteador.
² Aquele, porém, que entra pela porta é o pastor das ovelhas.
³ A este o porteiro abre, e as ovelhas ouvem a sua voz, e chama pelo nome às suas ovelhas e as traz para fora.
⁴ E, quando tira para fora as suas ovelhas, vai adiante delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz.
⁵ Mas, de modo nenhum, seguirão o estranho; antes, fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos.
⁶ Jesus disse-lhes esta parábola, mas eles não entenderam o que era que lhes dizia.
⁷ Tornou, pois, Jesus a dizer-lhes: Em verdade vos digo que eu sou a porta das ovelhas.
⁸ Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores, mas as ovelhas não os ouviram.
⁹ Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens.
¹⁰ O ladrão não vem senão a roubar, a matar e a destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância.
¹¹ Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas.
¹² Mas o mercenário, que não é pastor, de quem não são as ovelhas, vê vir o lobo, e deixa as ovelhas, e foge; e o lobo as arrebata e dispersa.
¹³ Ora, o mercenário foge, porque é mercenário e não tem cuidado das ovelhas.
¹⁴ Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido.
¹⁵ Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai e dou a minha vida pelas ovelhas.
¹⁶ Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; também me convém agregar estas, e elas ouvirão a minha voz, e haverá um rebanho e um Pastor.
A paz do Senhor!
Todos os versículos citados são da Almeida Revista e Corrigida. Quando de outra versão, a mesma será mencionada.
Na sequência do estudo do Evangelho segundo João, estudaremos o capítulo 10, onde está registrado o chamado “discurso do Bom Pastor”. Este discurso foi proferido em Jerusalém, onde Jesus estava por ocasião da “festa da dedicação” –João 10.22: “E em Jerusalém havia a Festa da Dedicação, e era inverno” – uma festividade instituída durante o período intertestamentário, mais precisamente durante o reinado da dinastia dos hasmoneus ou macabeus (a dinastia durou de 166 a 63 a.C.), que comemorava a purificação do templo, ocorrida em 164 a.C., que havia sido profanado pelo rei sírio Antíoco IV Epifânio em 167 a.C.
Nesta lição vamos abordar o capítulo 10 do Evangelho segundo João. Nele o Senhor Jesus se apresenta como a Porta das Ovelhas e como o Bom Pastor.
Quando falamos sobre o contexto de uma passagem bíblica, a palavra ´contexto´ significa a inter-relação de circunstâncias que acompanham um fato ou uma situação. No caso bíblico, contexto é o que está em torno do texto. Assim, fazemos uso da Exegética – palavra original grega exegeses, formada por dois elementos: ex – ´fora de´ – mais ago: guiar, conduzir. Assim, exegese, na sua origem, é ´extrair para fora´, expondo a interpretação, a significação de modo claro.
Para a análise completa de um texto bíblico, é necessário considerar sete tipos de contextos, ensina-nos o mestre pastor Antônio Gilberto (1927-2018): 1 – o contexto geral (toda a Bíblia) – 2 – o contexto imediato (aquele mais próximo do texto estudado) – 3 – o contexto remoto – (textos mais distantes do texto em análise) – 4 – contexto referencial (não se trata de concordância bíblica, que tem paralelismo de palavras. O contexto referencial busca paralelismo de ideias) – 5 – contexto histórico (a aplicação dos acontecimentos históricos relevantes que aconteciam na época do texto estudado) – 6 – o contexto literário (qual o gênero literário do texto estudado, ou seja, se é poético, se é alegoria, parábola, literal – por exemplo, ao ler o livro de Apocalipse, observamos que o contexto literário é tripartite: apocalíptico, profético e epistolar) – 7 – contexto cultural (a importância de entender a transmissão das práticas, valores morais, crenças, costumes, conhecimentos gerais de uma geração a outra, que influenciam como interpretar as ações, os diálogos).
O contexto imediato deste capítulo 10 do Evangelho de João, ou seja, o que está em torno dele, está no anterior capítulo 9. Ainda que seja possível recorrer ao contexto remoto, citando Ezequiel 34.1 a 10, que fala contra os falsos pastores, mostrando que o Senhor é o oposto deles, o contexto imediato, portanto, é o capítulo 9.39 a 41, que lança luz onde o Senhor Jesus, que antes curara o cego de nascença, diz que veio ao mundo para que os que não veem vejam e os que veem sejam cegos. Os fariseus reagiram perguntando: “Também nós somos cegos?“. O Senhor Jesus respondeu: “Se fôsseis cegos, não teríeis pecado; mas como agora dizeis: Vemos; por isso o vosso pecado permanece”. Em outras palavras, que eles se cegaram a si mesmos para não verem a verdade. Cegueira no sentido espiritual. Eis a sabedoria do Senhor Jesus.
Neste subtópico sobre a declaração do Senhor Jesus dizendo, em João 10.7 e 9: “Eu sou a porta das ovelhas”, por primeiro, há estudiosos que entendem não ser exatamente uma parábola, mas antes uma alegoria, porque a palavra grega em João 10.6: “Jesus disse-lhes esta parábola…”, é paroimia, substantivo grego que tem outras acepções: ditado, alegoria, provérbio, discurso figurativo e, também, parábola. Parábola é mais comumente traduzida doutro termo grego: parabolé e que, geralmente, tem personagens e narrativa bem definida. Registrado isto, vamos às definições:
Em João 10.1 a 13, identificamos as ovelhas, o ladrão, o salteador, o porteiro, a porta das ovelhas, o bom Pastor, o mercenário, o lobo. O bom pastor representa ao Senhor Jesus, que é tanto o Salvador como quem cuida das ovelhas. Tem referências as referências negativas: o ladrão e o salteador representam emissários malignos do diabo, que o tem como modelo a seguir. Para ladrão, o termo grego aqui é kleptes e para salteador, lestes. No grego, ´kleptes´ traduzido como ladrão, é aquele que tenta roubar com planejamento, calculando detalhadamente antes de roubar. Ele prepara o roubo antes de executar. E o ´lestes´ faz referência a salteador, saqueador, que usa de violência, de força agressiva para conseguir roubar o que quer. O Novo Testamento faz uma diferenciação cuidadosa entre estas definições. O mercenário e o lobo estão identificados entre os inimigos do Senhor Jesus e de Sua Igreja. Quanto a quem seria o porteiro, vamos falar sobre no tópico II, subtópico 2.
João 10.9: “Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens”.
Esta frase indica uma repetição, enfatizando a importância da mensagem. Jesus frequentemente repetia Seus ensinamentos para garantir a compreensão. No contexto de João 10, Ele se dirige aos fariseus, que estavam com dificuldade para compreender Sua alegoria anterior sobre o pastor e as ovelhas. A repetição é um método de ensino comum na tradição judaica, usado para reforçar postos-chave.
“Eu sou a porta” – Esta ilustração identifica Jesus como o único meio de acesso à segurança espiritual e à salvação. No contexto cultural de Israel, os currais frequentemente tinham uma única entrada, e o pastor atuava como a porta, protegendo as ovelhas. Os ouvintes entenderam muito bem a comparação, pois essa imagem se conecta a temas do Antigo Testamento sobre Deus como o protetor e guia de Seu povo (por exemplo, o amado Salmo 23). Esta declaração aponta para Jesus como único e exclusivo mediador entre Deus e os homens.
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Equipe EBD Comentada
Postado por ebd-comentada
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